Esta cena, em que Miguel agride fisicamente a tia, apertando-lhe o pescoço, suscita questões importantes sobre a representação da violência na televisão e os limites da ficção.
Por um lado, é inegável que a cena consegue capturar a atenção do público, cumprindo o objetivo de criar um momento impactante e decisivo na narrativa. O confronto entre Miguel e Helena simboliza muito mais do que um simples ato de violência: é o culminar de uma relação tóxica e repleta de manipulação. No entanto, a intensidade da cena levanta a questão sobre o papel da televisão em abordar temas sensíveis como a violência familiar. Até que ponto é justificado mostrar tais atos em nome da ficção?
Helena, a vilã, é confrontada de forma brutal por Miguel, que exige que ela assine os papéis do divórcio e se afaste da família. A violência utilizada pelo personagem demonstra o seu desespero e o agravamento de um conflito que parece não ter solução pacífica. Contudo, a insistência em criar cenas tão extremas pode transmitir mensagens contraditórias ao público. Será que não há outras formas de resolver situações dramáticas sem recorrer à agressão?
Por outro lado, a novela também explora as consequências deste ato. A ideia de que Helena possa ser processada por Miguel, com o apoio de Micá, abre caminho para uma discussão sobre justiça e responsabilidade. A trama sublinha que atos de violência, mesmo em contextos familiares, não devem ser ignorados, e que os culpados precisam de enfrentar as consequências. Esta abordagem pode ser vista como uma tentativa de equilibrar a narrativa, mostrando que a violência não é aceitável.
Porém, resta saber até que ponto esta representação contribui para o enredo de forma construtiva ou se apenas serve como um recurso sensacionalista para manter os telespectadores interessados. A linha entre o impacto emocional e o exagero dramático é tão ténue quanto o pescoço de Helena nas mãos de Miguel.
No final, cenas como esta reforçam a necessidade de discutirmos o papel da televisão enquanto meio de entretenimento e educação. Se "A Promessa" pretende retratar temas relevantes da sociedade, como a violência familiar, é essencial que o faça com responsabilidade e sensibilidade, evitando glorificar a agressão como solução.
E vocês, o que acham? Atos como o de Miguel enriquecem a história ou passam uma mensagem perigosa? Esta cena será lembrada como um marco na novela ou como um exagero desnecessário?
Fonte da Imagem: SIC
Fonte: Revista Maria