É impossível não olhar para trás e, ao esfolhar a enciclopédia de programas antigos, não reconhecer um dos maiores programas de sempre. Quase todos que têm sucesso, hoje em dia são reality shows, mas este era bem diferente. Chama-se 'Big Show SIC'. Este programa foi um verdadeiro fenómeno, embora tenha gerado tantos seguidores fervorosos como críticos ferozes.
Durante seis anos de exibição, o 'Big Show SIC' passou por várias fases, horários e formatos. A única constante era a presença de um corpo de baile grandioso, com bailarinas em trajes bem reduzidos, e claro, a energia contagiante de João Baião. A famosa frase "Dona Rosa, vá fazer um xixi, que a gente já volta!" tornou-se um dos marcos do programa.
Inicialmente, o programa era transmitido nas tardes de domingo, mas rapidamente mudou para os sábados à noite, entrando em competição direta com Herman José, que na altura conduzia o sucesso 'Parabéns'. Depois de ultrapassar este rival, o 'Big Show SIC' fixou-se nesse horário até ser transferido para as tardes de sábado em 1999, tornando-se um programa em direto.
O 'Big Show SIC' destacou-se, entre outras coisas, por abraçar a popularidade crescente da música pimba. Artistas como Emanuel, Ágata, Quim Barreiros e Tony Carreira eram figuras habituais, assim como as boybands e girlbands nacionais. No entanto, o programa não se limitava a estes estilos. Os Delfins, Pólo Norte e Laura Pausini também marcaram presença, ao lado de aspirantes a cantores que tinham a oportunidade de brilhar neste formato. O programa foi, também, palco para artistas emergente. Daqui surgiram figuras como a jovem Luciana Abreu, e a imagem icónica do Macaco Adriano a afastar os concorrentes menos talentosos.
Outra memória marcante é a competição entre cidades que o programa promoveu, onde Seixal acabou por se destacar, com representantes como a fadista Ana Margarida e a modelo Sara Aleixo.
Embora o 'Big Show SIC' não se possa considerar um exemplo de bom gosto, é inegável que foi um programa que deixou uma marca indelével na televisão portuguesa, definindo uma época com todos os seus excessos e encantos. Para muitos, foi uma celebração do entretenimento mais puro, para outros, uma autêntica farsa extravagante.