Desde que se tornou conhecida no Big Brother 2024, Catarina Miranda tem sido o centro das atenções, mas a questão que se coloca é se esse protagonismo advém de um verdadeiro crescimento profissional ou de uma simples estratégia de conflito e polémica. A ex-concorrente, que chegou a afirmar: "Eu sou um furacão" e "ou gostam ou detestam, mas indiferente não fico", parece estar a confundir relevância com barulho mediático, acreditando que a constante exposição de confrontos e saídas dramáticas fazem dela uma peça fundamental para o sucesso do Manhã CM.

Do Somos Portugal para a CMTV: A Mesma Estratégia?

Antes de ser comentadora da CMTV, Catarina Miranda teve uma passagem marcante pelo Somos Portugal, da TVI, onde a sua postura irreverente gerou tanto entusiasmo como controvérsia. A apresentadora chegou a dizer que "era a energia que o programa precisava", mas rapidamente se percebeu que essa energia era, por vezes, excessiva e incompatível com o registo do formato. A sua saída do programa não foi uma surpresa, já que a sua presença parecia mais um teste de fogo do que uma aposta segura da TVI.

Agora, na CMTV, a história repete-se: o foco está mais nas polémicas e no espetáculo pessoal do que propriamente no conteúdo que entrega. Se no Somos Portugal a sua abordagem descontrolada não encaixou, será que está a cair no mesmo erro agora?

A "Galinha dos Ovos de Ouro" da CMTV?

O que se tem visto nos primeiros tempos de Catarina no Manhã CM é uma sucessão de momentos explosivos, entre saídas do estúdio em direto, bate-bocas e tensões com colegas de painel. No entanto, a questão que se impõe é: será que Catarina percebe a linha ténue entre criar impacto e desgastar a sua própria imagem?

A comunicadora tem demonstrado uma postura de que "tudo gira à sua volta", como se cada desentendimento fosse prova de que é indispensável ao formato. Mas o público, a curto e médio prazo, pode perder o interesse quando perceber que a fórmula se repete. O que começa como "espontaneidade e irreverência" pode facilmente transformar-se numa caricatura de si mesma.

Se Catarina Miranda quer realmente crescer na televisão, tem de perceber que o caos e os confrontos não podem ser a base da sua relevância. O verdadeiro crescimento profissional passa por adaptabilidade, credibilidade e versatilidade – algo que ainda não demonstrou em pleno. Mas, poderá vir a mostrar. Estar no centro das atenções pelos motivos errados pode ser um risco para a sua longevidade no canal e na vida mediática.

A postura de "sou direta e digo tudo o que penso" funciona até certo ponto, mas quando a imagem fica associada apenas a polémicas, a credibilidade fica em jogo. Nenhuma estação investe a longo prazo em alguém que só gera audiências com discussões efémeras.

Conclusão: Um fio da navalha entre o sucesso e a "auto-sabotagem"

Miranda pode estar a sentir-se a "galinha dos ovos de ouro" da CMTV, mas a sua presença precisa de mais do que conflitos e saídas teatrais do estúdio para se sustentar. Se não perceber os limites entre ser uma mais-valia para o canal ou apenas um elemento descartável da grelha televisiva, pode ver o seu espaço encolher mais rápido do que imagina.

O tempo dirá se Catarina Miranda vai conseguir transformar-se numa comunicadora versátil ou se continuará a depender da polémica para se manter relevante. Mas uma coisa é certa: se quer um futuro sólido na televisão, precisa de entender que crescimento não é sinónimo de barulho.

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