Chegou ao fim aquela que é a série mais longa da televisão portuguesa. Depois de mais de quatro anos no ar e de ter sido, durante muito tempo, a bandeira das audiências da TVI, Festa é Festa despede-se sem o fulgor que marcou os primeiros tempos.

Não deixa de ser curioso que uma produção que começou como fenómeno popular, capaz de bater recordes e juntar mais de um milhão de pessoas à frente do ecrã, termine agora com médias que mal ultrapassam os 300 mil. Esta diferença abissal mostra o desgaste natural de um formato que, apesar do humor e da leveza, acabou por se arrastar.

Enquanto telespectador atento, não posso deixar de sentir que a série merecia uma despedida mais digna. Durante meses, o elenco deu corpo a personagens que conquistaram o público, mas a forma como a estação geriu a reta final deixa a sensação de que faltou respeito pela própria história construída. Gravado há mais de um ano, o último episódio surge quase como uma formalidade, sem criar expectativa ou emoção.

Há, contudo, um mérito que não podemos ignorar: Festa é Festa provou que a ficção nacional ainda consegue ser um fenómeno quando é feita com espírito popular e capacidade de rir de nós próprios. O problema esteve em não saber parar a tempo. Arrastou-se demasiado, e em televisão isso cobra sempre um preço.

O balanço é simples: foi uma série que marcou, mas que não soube sair de cena no momento certo. E esse talvez seja o maior desperdício da sua longa caminhada.

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