Em 2014, Judite Sousa perdeu o seu único filho, num infeliz acidente numa piscina. Cerca de 9 anos depois, a jornalista mostra-se, ainda, a passar uma fase complicada a nível psicológico. "Tu estás mal educada, tu és agressiva, tu falas connosco como se nós tivéssemos culpa, tu tratas as pessoas mal", reforçou a jornalista numa entrevista ao programa 'Alta Definição', na SIC.
Na referida entrevista com Daniel Oliveira, Judite Sousa admitiu que a perda do filho a modificou enquanto pessoa, tornando-a revoltada. "Sou uma revoltada em relação à minha narrativa e sou uma revoltada em relação aos outros. Porque é que eu fiquei amputada e os outros também não ficam amputados? É como se eu deseje que os outros passem pelo mesmo sofrimento que eu estou a vivenciar", comentou a jornalista, explicando que todo este processo é normal e tem uma explicação psicológica.
Esta reacção da jornalista é explicada através de uma mistura complexa de sentimentos. Para explicar a situação, a jornalista recordou a atriz Custódia Gallego. "Quando ela diz que entrou num processo de revolta e tratava mal toda a gente. O que ela dizia a ela própria foi exatamente aquilo que eu senti. Para os outros, o mundo continua igual, os outros continuam com os filhos deles, os outros continuam a levar os filhos à praia e eu fiquei sem o meu", referiu.
Episódio com os colegas jornalistas
Judite Sousa mostrou-se, nos últimos anos, completamente agoniada com o comportamento dos seus colegas, jornalistas. Em 2019, enquanto apresentava o 'Jornal das Oito', na TVI, foi noticiada a história de uma criança com uma doença rara, que precisava de um medicamente que só existia nos Estados Unidos da América e não era comparticipado pelo Serviço Nacional de Saúde. "Estava no estúdio um convidado que ia falar sobre este tema. O convidado normalmente senta-se ao lado do pivô uns minutos antes", começa por contar.
"Senta-se ao meu lado um senhor, enquanto está uma reportagem no ar, e ele diz-me 'A senhora não me conhece. Eu era o Presidente do Conselho de Administração do Hospital Garcia da Horta quando o seu filho lá esteve, em 2014", declara. Com lágrimas, a antiga pivô da CNN Portugal revela que lhe foi dito isso momentos antes de ir novamente para ao ar. "Em 2019 entrevistei, sem saber, o Presidente do Conselho de Administração do Hospital Garcia da Horta que assinou o comunicado para a imprensa dizendo que o meu filho estava em morte cerebral. E ele disse-me em estúdio, 'Oh Judite, e sabe porque é que eu o fiz? Porque os seus colegas não nos davam descanso, os telefones não paravam de tocar, precisavam do comunicado para ser os primeiros a dar a notícia'", confessa emocionada.