O ambiente na casa de Rui e Margarida torna-se sufocante após um telefonema do hospital. A jovem Paz tem finalmente acesso ao diagnóstico que os pais tanto temiam: aplasia medular, uma condição rara e grave que afeta a produção de células no sangue. E, embora os pais tentem suavizar a conversa, o choque é imediato.
Sentados ao lado da filha, Rui e Margarida fazem o impossível para manter a calma. Mas os olhares denunciam o pânico. Paz, sem compreender bem o que está a acontecer, questiona com lágrimas nos olhos: “Vou ficar sem células? O que é que vai acontecer comigo?”
O pai, visivelmente devastado, tenta manter a compostura e brinca: “Ninguém vive sem células, Paz. Vais fazer tratamentos e dar a volta por cima.” Mas até ele sabe que as palavras não chegam para confortar o momento.
Do outro lado da porta, a tensão cresce. Margarida fecha os olhos e apenas murmura, quase sem voz: “Estou a ficar cansada de ver a nossa filha assim… tão frágil.” Ao mesmo tempo, Paz recorre ao computador para perceber o que está por trás do nome da doença. O que lê é assustador: anemia, transfusões, risco de infeções. E chora. Chora muito.
“Ela é tão nova…”, desabafa Rui, enquanto se afasta, incapaz de conter a revolta. “Como é que isto nos aconteceu?” A resposta médica é fria: “A medula deixou de produzir células como devia. Não sabemos porquê.”
O drama alastra-se. Há momentos de silêncio, de raiva contida e de impotência. A pequena Paz tenta tranquilizar os pais, mas nem ela consegue esconder o medo: “Estou cansada de estar sempre cansada… quero só voltar a ser normal.”
O casal, embora abalado, promete que vai estar ao lado da filha em cada passo. “Não vais ficar sozinha”, garante Rui. “Vamos passar por isto juntos.”
Mas nem tudo está garantido. A luta está apenas a começar e o futuro, para Paz, nunca pareceu tão incerto.