Pedro Barroso é um dos mais conhecidos atores da sua geração. Agora, com 36 anos, abriu o coração, e recordou um dos momentos mais complexos da sua vida.
Tudo começou por volta dos 23 anos. Na altura o ator sentiu, nas drogas, um conforto que necessitava. Começou "por curiosidade". Mas logo se intensificou. "Acabava de gravar, ia buscar para consumir. Mal começava a consumir agarrava no carro, fazia Lisboa-Porto, Porto-Lisboa. Precisava de não estar quieto, de atividade. E ir gravar direto", contou.
"A cocaína era como se fosse o meu medicamento. Os consumos deixavam-me muito mais leve, naquilo que acabavam por ser os meus transtornos, as minhas dúvidas, as minhas inseguranças. E acabou por ser um conforto, uma companheira. Mas é uma companhia muito solitária", disse, recordando os tempos complicados que viveu.
Mais tarde, e um pouco mais "limpo" de ideias, decidiu procurar ajuda e tratar-se. Foi o que pensou quando começou a terapia. Porém, tal não evitou que voltasse a consumir. "É importante falarmos das recaídas. Elas são duras. Eu recai quando tinha nove meses de tratamento. Acendes outra vez um barril de pólvora", afirmou, acrescentando ainda: "Um adito é uma pessoa que ludibria bem. Manipulas rapidamente. Nunca vou falar do consumo no passado. Isto pode acontecer-me e tenho de estar sempre alerta".
Pedro Barroso revelou ainda que, ao longo do processo, contou com apoio de pessoas que lhe são muito próximas. "Graças a Deus, tenho amigos que não me largaram em momento algum."
