A RTP está a ser alvo de um processo judicial movido por 90 trabalhadores precários, que atuam com recibos verdes e reivindicam um vínculo efetivo com a empresa. Entre eles, alguns exercem funções permanentes há mais de 20 anos, segundo informações do Correio da Manhã (CM). Esta situação não é inédita para a empresa pública, que já enfrentou processos semelhantes nos últimos anos, muitos deles decididos a favor dos trabalhadores.

Na última sexta-feira, o Tribunal da Relação de Lisboa confirmou a decisão da primeira instância, que beneficiou 12 trabalhadores da RTP Açores, em Ponta Delgada, exigindo a sua integração nos quadros da empresa. Este processo envolvia um total de 16 trabalhadores, sendo que dois já foram integrados na delegação do Faial, e outros dois aguardam decisão na ilha Terceira.

sabel Camarinha, secretária-geral da CGTP, criticou publicamente a situação, denunciando que muitos dos trabalhadores da RTP continuam em regime precário há duas décadas. Além disso, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisuais (Sinttav) acusou o primeiro-ministro, Luís Montenegro, de ignorar a precariedade laboral no setor, um dos maiores problemas enfrentados pela comunicação social em Portugal.

O descontentamento com as políticas do Governo em relação ao serviço público de televisão e media não é exclusivo dos trabalhadores. A Associação Portuguesa de Argumentistas e Dramaturgos também expressou a sua apreensão, alertando que o desinvestimento na RTP representa um risco para a pluralidade cultural e o futuro da indústria audiovisual.