Há quase um ano, em agosto de 2023, a Media Capital anunciou a continuidade do vínculo contratual com Cristina Ferreira, nomeando-a administradora executiva da Media Capital Digital, SA. A decisão foi destacada no comunicado da empresa, que reforçou a confiança na apresentadora, mantendo-a no cargo de diretora de Entretenimento e Ficção. Contudo, ao longo dos quatro anos que se seguiram ao seu regresso à TVI, após uma saída polémica da SIC em 2020, a realidade tem mostrado que Cristina Ferreira viu o seu poder e influência reduzidos.
A contratação de Cristina Ferreira foi inicialmente uma estratégia para convencer a apresentadora a regressar à TVI. Nos primeiros tempos, Cristina teve ampla liberdade para moldar a programação do canal. Naquela fase, a estrutura administrativa estava em formação e José Eduardo Moniz ainda não tinha retornado ao cargo de diretor-geral. Cristina contou com uma equipa dedicada, composta por João Patrício, André Manso e Lurdes Guerreiro, e teve acesso a orçamentos elevados para criar formatos ambiciosos.
No entanto, as altas despesas com produções e os excessos cometidos durante este período acabaram por revelar-se insustentáveis. As alterações no mercado e as restrições orçamentais tornaram-se evidentes, forçando a Media Capital a reavaliar a estratégia.
"O Deus todo poderoso regressa!"
Para enfrentar os desafios, a administração da Media Capital decidiu trazer José Eduardo Moniz de volta ao cargo de diretor-geral. Moniz rapidamente tomou as rédeas da situação, fazendo ajustes e contratações cruciais, como a liderança da Plural, produtora da TVI, por Piet-Hein Bakker e Gabriela Sobral. A reorganização incluiu também a estratégia de concentrar Cristina Ferreira no seu papel de apresentadora, afastando-a progressivamente das decisões diárias de gestão do canal.
Atualmente, Cristina Ferreira continua a ser uma presença de destaque em frente às câmaras, participando de programas matinais e reality shows. Contudo, nos bastidores, o seu poder decisório é agora limitado. Por exemplo, o novo canal V+ foi desenvolvido sem a sua contribuição direta, sob a responsabilidade de Hugo Andrade, diretor de confiança de Moniz. Hoje, o papel de Cristina Ferreira parece mais simbólico, refletindo uma posição de prestígio, mas com pouca influência real sobre a gestão da TVI.
Embora Cristina Ferreira mantenha o seu cargo formal e continue a ser uma figura importante na TVI, a dinâmica de poder na empresa evoluiu, com Moniz a assumir um papel central na tomada de decisões e Cristina a actuar principalmente como apresentadora.