'Hold My Hand': Uma história de coragem, amor e resistência

Há novelas que passam sem deixar marca. 'Hold My Hand', que acompanha o dia-a-dia de quem vê a SIC Mulher, não é uma delas. Esta produção turca continua a provar, episódio após episódio, que é possível contar uma história de amor com profundidade emocional, dilemas reais e personagens que nos tocam, mesmo quando as circunstâncias lhes são tudo menos favoráveis.
Azra, protagonista de uma força silenciosa mas inquebrável, tem sido o pilar central desta narrativa. O seu amor pelo irmão Mert tem sido o motor de decisões difíceis, de sacrifícios enormes e de uma coragem que, muitas vezes, falta aos que a rodeiam. E é precisamente por isso que nos emocionamos. Porque ela não desiste. Porque ela resiste. E porque, num tempo em que tanto se fala de amor, ela mostra-nos o que ele realmente é: luta.
Neste momento da trama, com Sumru a fazer de tudo para separar Azra de Mert - incluindo colocá-lo num colégio interno e usar o rapaz como instrumento de chantagem emocional -, sentimo-nos impotentes com ela. Revolta-nos a facilidade com que se toma uma criança como moeda de troca. E não deixa de ser irónico que, numa história sobre laços familiares, seja precisamente o sangue a criar as maiores feridas.
Também Cenk se tem revelado. Não apenas como o par romântico de Azra, mas como alguém que - ao contrário de muitos - não foge perante o caos. Quer esteja a defendê-la publicamente numa conferência de imprensa, quer esteja a seu lado enquanto ela se debate com ameaças anónimas e decisões dolorosas, ele mantém-se. E essa constância, num mundo de incertezas, tem valor.
Por outro lado, a tensão com Cansu é mais um lembrete de que o amor, por muito puro que seja, nem sempre é consensual ou pacífico. O confronto de Cenk com ela é honesto, duro e necessário. Porque nesta novela não há espaço para ilusões prolongadas nem meias verdades.
É isso que torna 'Hold My Hand 'tão viciante: a forma como equilibra os grandes dramas com pequenos momentos de ternura; como, entre conspirações, ameaças e traições, há sempre uma réstia de esperança. E é essa esperança que nos faz voltar, todos os dias, para saber como se seguram os corações, mesmo quando o mundo parece ruir.
A pergunta que fica no fim de cada episódio é sempre a mesma: conseguirão eles encontrar finalmente a estabilidade que merecem? A resposta pode tardar, mas a viagem até lá tem valido cada segundo.