A estreia de Vitória traz mudanças à grelha noturna da SIC, mas a estratégia está longe de agradar. Quem acompanha A Herança sente-se prejudicado com episódios cada vez mais curtos e carregados de flashbacks que pouco ou nada acrescentam à história.

É incompreensível como uma novela que tem liderado audiências desde janeiro, batendo recordes semana após semana, acaba por ser encurtada para pouco mais de 20 minutos, apenas para encaixar três produções em simultâneo. O resultado é óbvio: quem segue de perto a trama vê-se obrigado a contentar-se com episódios reduzidos, enquanto parte do tempo útil é desperdiçado em resumos do que já passou.

O desabafo é geral: “se queremos ver flashbacks, vamos rever episódios antigos”. Esta gestão transmite uma clara falta de respeito pelo público fiel que tem sustentado o sucesso de A Herança. Ao invés de valorizar a novela que mais retorno dá ao canal, a SIC opta por uma estratégia de saturação, correndo o risco de desmotivar quem ainda se mantém fiel ao horário nobre.

Mais grave é perceber que a qualidade narrativa sai a perder. Quando as cenas são cortadas ou adiadas, o ritmo fica comprometido e a envolvência quebra-se. E se já havia queixas sobre os episódios de sexta-feira, onde os flashbacks ocupam largos minutos, agora a situação agrava-se com capítulos curtos e fragmentados.

O público tem razão em reclamar: quem sai prejudicado não é apenas A Herança, mas todos os que dedicam tempo diário a acompanhar a novela. A direção da SIC precisa de repensar rapidamente esta estratégia, sob pena de transformar um sucesso em frustração.

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