A Rádio e Televisão de Portugal (RTP) enfrenta um custo anual de 8 milhões de euros para manter a sua transmissão na Televisão Digital Terrestre (TDT). Este valor, revelado pelo Conselho de Administração da empresa e divulgado pela Comissão de Trabalhadores, foi recentemente considerado um “encargo brutal” pelo próprio Governo.

Atualmente, a RTP ocupa quatro posições na plataforma TDT, disponibilizando os canais RTP1, RTP2, RTP3 e RTP Memória. No entanto, este custo elevado tem gerado críticas. O ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, já tinha referido, em outubro, que a despesa é um peso significativo, especialmente considerando a utilização reduzida desta tecnologia.

Apesar de ter sido concebida como uma solução moderna para substituir as transmissões analógicas, a TDT tem-se revelado pouco eficiente no contexto português. De acordo com estimativas, apenas cerca de 3% da população utiliza a plataforma, o que levanta questões sobre a sustentabilidade financeira do modelo atual.

O Governo já admite que “a TDT não vingou” e que é necessário repensar o futuro do acesso gratuito à televisão em Portugal. Pedro Duarte sublinha que é fundamental garantir um serviço mais eficiente e menos oneroso para os contribuintes.

Custos Elevados Também para SIC e TVI

A RTP não é a única entidade afetada. Tanto a SIC como a TVI já criticaram o valor elevado cobrado pela Altice Portugal, empresa responsável pela exploração da TDT até 2030. As duas privadas mencionaram, no passado, que o custo chega a envolver 150 mil pessoas e que o modelo atual não corresponde às necessidades reais do mercado televisivo.

Com o contrato ainda longe de terminar, fica por definir se a TDT poderá ser ajustada a um formato mais económico e sustentável para os operadores e o público.